quinta-feira, 28 de maio de 2009

Poetas...



Poetas são homens que expressam seus sonhos, dores e amores em palavras que tocam a alma.

Poetas são loucos que se permitem sentir e dizer o que sentem, embora sufoquem seus gestos.

Poetas são mágicos que nos levam ao paraíso, a lugares inesquecíveis, onde letras, versos e prosas florescem como se fosse primavera.

São pessoas como você e como eu. Que amam apesar das críticas e ainda que o mundo não permita esse amor.

Poetas são poucos.
São loucos por serem únicos e verdadeiramente ímpares em sua arte.
Únicos e verdadeiramente perfeitos em seu amor.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Saudade...



Meu pensamento transborda. Transborda de amor e saudade...
Prometi para mim mesma, novos rumos, novas trilhas, outras dimensões, mas como arrancar do peito a paz, o complemento, a sintonia?
Tatuaste em mim tua essência e deixaste aqui dentro um vazio, um grito que não sai. O grito que camuflo ao longo de cada dia com trabalho e ocupações mil. O grito que escondo de mim mesma todas as noites nessa cama vazia. O mesmo grito que sufoco todas as manhãs dizendo a mim mesma, ser um novo dia.
Memórias me atormentam e consolam a ausência tua.
Instantes em que nosso silêncio preenche e revela o que alma irradia. Lembranças que não consigo arrancar de mim... O deslizar das tuas mãos e lábios, tomando cada parte da minha pele. A dança do teu corpo unindo-se ao meu, o timbre da tua voz se manifestando aos poucos, sussurrando-me palavras doces. A entrega e o tremor vindo de nós dois, numa explosão de sorrisos, gemidos e lágrimas. São memórias que ora me atormentam e ora consolam a falta que fazes.
Memórias da pele, do tato, do olfato, do paladar... Memórias daquilo que se prometeu e apenas se sentiu e do muito que ainda ficou por viver.
Já tens meus pensamentos, meus desejos, meu amor, minha alma. O que mais queres de mim?
Vieste de muito longe, como brisa e tocaste minha alma com o perfume do teu ser. Chegaste com a força de mil ventos e reviraste ao avesso os meus sentimentos.
Ao olhar-te nos olhos, vi a face do amor verdadeiro translúcido numa consciência de vidas passadas. Perdi defesas, escudos e véus. Perdi meu chão. Joguei fora as amarras, os receios para simplesmente deixar-me ser ao teu lado. Mas a força da tua entrega perdeu-se na dimensão do meu desejo. E como água que escapa das mãos, perdemos o prumo da vida, perdemos o compasso, entre desejo e realidade.
Agora estás aí dividido nas tuas multi-dimensões. Pura essência que emoldura a tua alma de poeta. E agora estou aqui envolta em dor e saudade. Presa a lembrança dos teus sonhos e dos meus sonhos, acorrentada em memórias de ti e de mim.
O que se revela agora? Reflexos da crua realidade ou sombras duma caverna a qual não temos coragem de nos libertar? Não sei explicar. Não quero nem ouso explicar. Só quero que pare de sangrar essa falta que me fazes. Explicar para quem? Explicações para quê? Para doer mais, ou para quebrar de vez o que me acorrenta a ti? Conhecemos a trilha, sabemos o caminho. Segues o teu, ainda que olhando para trás, mas falta-me o primeiro passo.
Busco um antídoto, algo que me resgate dessa imensidão que tortura. Algo que amenize esse enorme espaço que nada preenche, que nada consola e que sei que deve ficar quieto do jeitinho em que está. Porque a vida deve ser vivida sem que se quebre o porquê da existência.
Por isso busco desesperadamente a fórmula secreta capaz de libertar a minha alma da tua.
Pois só me resta aceitar. Aceitar outra vez a renúncia, distância a saudade. Só me resta respeitar o porquê dos teus caminhos, por mais que me sangre o peito.